• Texto: Luciana Shigihara Lima

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Logo: Luciana Shigihara Lima

O INTERCONF é um programa ligado ao GOAL (Grupo de Oceanografia de Altas Latitudes) e tem sido apoiado pelo PROANTAR desde 2004 através de vários projetos. O INTERCONF busca entender os modos de variabilidade espacial e temporal de variáveis oceanográficas e meteorológicas no Oceano Atlântico Sudoeste, assim como o acoplamento entre os sistemas oceano e atmosfera, e as trocas de fluxos de calor nesta interface. Observações meteorológicas e oceanográficas têm sido tomadas anualmente a partir dos navios do PROANTAR na região de encontro das correntes do Brasil e das Malvinas, região conhecida como a Confluência Brasil-Malvinas (CBM), em águas profundas nas latitudes entre 35°S e 42°S do Oceano Atlântico Sudoeste nos meses de outubro e/ou novembro a cada ano.

Esta região apresenta instabilidades atmosféricas de caráter sinótico e impactos no balanço climático do sistema acoplado oceano-atmosfera, dado o encontro da corrente quente e salina do Brasil (vinda do Norte) com a corrente fria e menos salina das Malvinas (vinda do Sul). Essa variabilidade causa efeitos em escalas de espaço de até 500 quilômetros e de tempo de até três meses (mesoescala oceânica).

Para estudar os processos meteorológicas e atmosféricos ao longo do percurso entre o Brasil e a Antártica têm sido utilizadas: radiossondas atmosféricas, equipamentos oceanográficos e uma torre micrometeorológica de fluxos, que apresentam a capacidade de medir as transferências de calor e de dióxido de carbono, entre outras variáveis. Algumas destas variáveis são: temperatura da água do mar, temperatura do ar, umidade relativa do ar, intensidade de direção dos ventos e intensidade de direção das correntes marinhas. Esses parâmetros físicos servem de apoio para calcular a troca de calor entre o oceano e a atmosfera.

O Projeto INTERCONF atua em parceria com o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), um projeto do governo brasileiro que, desde 1982, através da Marinha do Brasil, oferece o suporte para levar pesquisadores até o continente antártico, com todo o equipamento necessário para coleta de dados para pesquisas.

Exemplo clássico de interação oceano-atmosfera na região da Confluência Brasil-Malvinas onde o calor contido na camada limite oceânica é disponibilizado via TSM e acaba modulando a camada limite atmosférica. Estes dados foram obtidos pelo GOAL/INTERCONF durante a Operação Antártica OP 23. A parte inferior da figura mostra os perfis de temperatura do oceano com a localização das sondagens e a parte superior a temperatura da atmosfera com os valores da magnitude do vento sobrepostos. Fonte: Pezzi et al. (2005)

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